segunda-feira, 9 de maio de 2011

Qual a origem do medo?

Nos tempos atuais, o ser humano vive constantemente envolvido em inúmeras situações de inseguranças, medos, fobias, e tais sentimentos acabam dominados sua vida.

Muitos destes sentimentos é o medo do desemprego, de assaltos, da traição, da violência, de ser enganado, da falência, da morte, da miséria, enfim, somos indivíduos dominados por tais sentimentos.

Medo é um sentimento que ocasiona muita inquietação.

É o que vem a ser ANSIEDADE?  



Não há nada de errado em sentir ANSIEDADE.

Aliás, é um sentimento fundamental na vida do ser humano.

Certa dose de ANSIEDADE faz bem, pois é essencial para a sobrevivência da nossa espécie, ela nos faz perceber e nós alertamos para os perigos ao nosso redor e também nos ensina como antecipar e prevenir situações.

--- E essa ANSIEDADE ou MEDO é normal e racional. Pois é o  medo do perigo real e é muito importante para nossas vidas, pois quando o perigo realmente existe, ele oferece danos reais.

Por exemplo: não devemos andar em lugares a esmos durante a noite, pois podemos ser abordados de forma indevida. Perigo real.



Então qual a origem dos medos? O primeiro passo é diferenciar medo de fobia
1º - FOBIAS

Entende-se por fobias o medo exagerado, desproporcional e não justificado em relação a um objeto, pois ele começa a causar sofrimento e a prejudicar nossa vida.

O indivíduo com medos irracionais, sente uma angústia frente a situação que causa o sentimento de medo.



FOBIA A palavra fobia deriva de Phobos à deusa grega do medo).
Uma fobia é um medo persistente e irracional que resulta em evitamento consciente do objeto, atividade ou situação específica temidos.

O DSM-IV (Diagnóstico e Manual Estatístico de Doenças Mentais) 

a) - FOBIA SOCIAL

É definida como sendo o medo de humilhação ou desconforto em locais públicos.

A fobia social difere da agorafobia, pois, nesta última, os pacientes não ficam muito preocupados com a reação de outras pessoas ao seu comportamento.

A fobia social é menos comum que a fobia simples e afeta mais mulheres do que homens.

Tende a aparecer na adolescência, mais frequentemente.

As fobias específicas são fobias restritas a situações ou objetos específicos, como certos animais, altura, trovão, escuridão, espaços fechados, visão de sangue, etc. Também as mulheres são mais afetadas.


Alguns tipos de fobias sociais:

= medo de falar em público,
= comer em restaurantes,
= realizar apresentações teatrais ou musicais em público, 
medo de dirigir, 

Quando sentimos o medo imaginário a primeira coisa que nos acontece é uma interrupção súbita do processo de racionalização, perdemos a capacidade de perceber a situação real.  

O complicado para nossas vidas é ter medo do imaginário, pois quantas vezes deixamos de fazer algo importante, necessário em nossas vidas pelo medo imaginário.

Perdemos muitas coisas por medo de nos arriscar, de sofrer, de dar errado, etc. Muitas pessoas criam algumas fantasias negativas e passam a acreditar nelas de forma que realmente é aterrorizador.

É importante analisarmos os fatos reais, se é que temos condições de avaliar o que é real, e não nos deixarmos prender ao imaginário.


2º - SÍNDROME DO PÂNICO

DEFINIÇÃO: De acordo com DSM-IV, o Transtorno do Pânico é uma desordem de ansiedade, caracterizada por ataques de pânico recorrentes e que pelo menos um dos ataques de pânico seja seguido de outro dentro de um mês. 



Grécia Antiga: O Transtorno do Pânico não é uma doença característica só da modernidade.
Diz à etimologia que o nome "pânico" vem de Pã, deus grego muito feio e brincalhão.
Uma de suas brincadeiras era dar sustos nos viajantes que circulavam pelas estradas da Grécia.
Um dos locais mais prováveis para o deus pregar suas peças era em frente ao seu templo, onde ficava a praça do mercado. Para não tomar um susto, as pessoas tentavam ao máximo evitar a ida às compras.

Como a praça do mercado é chamada em grego de "ágora", a situação ficou conhecida como "agorafobia".




O medo é um sentimento natural e necessário ao homem.

Se o medo freqüentemente aparece adequado à situação a qual ele se adere é tido como normal (por exemplo, medo de um cão bravo, de uma cobra venenosa pelo perigo que eles representam).


É O MEDO IRRACIONAL

O preocupante e o medo irracional que interfere na nossa rotina, pois aparece um sentimento de uma forma muito aumentada que paralisa os indivíduos em diversas situações do dia-a-dia.

Existem algumas diferenças que devem ser entendidas entre medo,  fobia e síndrome do pânico que são importantes para entender o perfil das famílias e dos indivíduos.


CARACTERÍSTICAS
A -  Preocupação persistente sobre ter um outro ataque.
B - Preocupação com as conseqüências de um ataque: medo de perder o controle, ter um ataque do coração, ficar louco.
C -  Uma mudança significativa no comportamento relacionado com os ataques.

Pelo DSM-IV um Ataque de Pânico se caracteriza um período discreto de medo e desconforto intenso, no qual quatro ou mais dos seguintes sintomas se desenvolvem abruptamente e alcança um pico dentro de 10minutos.

1- Palpitações, coração pulsando o ritmo cardíaco acelerado.
2- Sudorese
3- Tremores
4- Sensação de respiração curta.
5- Sensação de desmaio ou choque.
6- Dor no peito ou desconforto.
7- Náusea ou mal estar intestinal ou dificuldade de engolir.
8- Sensação de tonteira, instabilidade, desmaio.
9- Desrealização (sensação de irrealidade) ou despersonalização (ficar desligado, desconectado de si mesmo).
10- Medo de perder o controle ou ficar louco.
11- Medo de morrer.
12- Resfriamento ou rubores.



O ataque de pânico pode acontecer a qualquer um, num momento estressante da vida e passar.
Mas no transtorno do pânico, a pessoa passa a desencadear novos episódios de pânico e onsequentemente desenvolve o "medo de ter medo" e muda seu comportamento de vida, restringindo seus hábitos comuns a lugares e pessoas onde se sinta protegido.


algumas características em comuns.

1. São pessoas de base ansiosa, por isso classificada como sofrendo de desordens de ansiedade.

2. Geralmente de bom caráter, controladoras, exigentes e perfecionistas.

3. Tendem a fazer uma PRESSÃO muito grande nas coisas naturais da vida.

4. Parece que isto tem correlação com imagos paterna ou materna de exigência dos filhos, o desenvolvimento de uma autoexigência constante.

5. Pais exigentes, rígidos ou autoritários que geram nestes filhos o desenvolvimento de uma autoexigência constante.

6. Como duplo vínculo dizendo, no não dito; você é incompetente, você não dá conta!

7. O que gera internamente nestas pessoas a necessidade de controle absoluto de tudo que esta a sua volta e ao mesmo tempo o sentimento de DESPROTEÇÃO - não sou bom o bastante para me proteger, preciso ficar alerto! O sistema de alarme fica acionado sem descanso, gera o estresse e provoca a desordem de ansiedade!


Assim, vemos as seguintes características:
1- PRESSÃO
2- DESPROTEÇÃO
3- CONTROLE EXAGERADO
4- MEDO ANTECIPATÓRIO
5- NECESSIDADE PARADOXAL de ser "acompanhado" ou protegido por familiar.
6- ALTAMENTE IMPRESSIONÁVEL - Vulnerável "aquilo" que pode fazer mal. 

Como sabemos, toda doença é o caminho para a solução dos problemas.

O Transtorno do Pânico vem como um sinal de alerta, para que a pessoa PARE!

Perceba que ela esta acelerada e provocando com suas atitudes um ciclo vicioso:
--- Desproteção, necessidade de alguém protegendo, confirmação da desproteção.


DIAGNÓSTICO
Atualmente, o diagnóstico do transtorno é feito por meio de exames psiquiátricos, com base nos sintomas. Os pacientes são submetidos ao exame antes e depois de iniciar a ingestão de medicamentos.







CURIOSIDADES SOBRE O MEDO


 
O medo inicia-se geralmente na infância, quando a criança está aprendendo a lidar pela primeira vez com seus sentimentos.

Podendo ficar depositado na memória "no inconsciente".

E são os pais de alguma forma ensinam seus filhos a sentirem medo.

Somos ensinados e educados numa cultura que não nos ensina a lidar com o medo, e sim a temê-lo.

Os medos das crianças envolvem desde conteúdos imaginários, incontroláveis (exemplo os monstros) até conteúdos específicos, diferenciados e realistas, tais como aceitação social e desempenho escolar.

A ansiedade infantil pode ser considerada multidimensional que possui manifestações fisiológicas, comportamentais e cognitivas.



Em cada etapa do desenvolvimento, aparecem medos comuns as crianças.

0  mês à Ao nascer o ser humano enfrenta a primeira sensação de medo, pois ela perderá o conforto e a segurança do útero e entra em contato com um mundo desconhecido.

3 meses à  A criança nos seus três meses iniciais sente medo de perder a mãe, que ela considera como extensão dela, se ela sente que a mãe não esta perto ela fica agitada e começa a chorar.

8 meses à  Até um ano de idade, os pequenos têm medo de perder a mamãe. Quando a mãe sai do alcance da visão da criança esta fica apavorada achando que a mamãe desapareceu para sempre. A criança teme a separação porque percebe que é um ser independente da mãe. Por isso, nessa fase, muitos bebês choram quando se aproximam de desconhecidos. Os bebês não têm a chamada "permanência de objeto", quando sabemos que quando uma pessoa vai ao banheiro ela não desaparece, ela ainda existe. Para os bebês, a pessoa simplesmente desaparece e não existe mais, por isso ficam com medo. Cada fase tem os seus medos e a criança sempre troca um medo por outro

2 a 4 anos à A criança começara a criar suas fantasias e medos de objetos.  Nessa fase surgem os medos de animais e fatores climáticos, como vento e chuva, tem medo do que é concreto e não do abstrato. Tente explicar o que acontece num dia de vento e leve-a para brincar na chuva. Não fale que todo cachorro morde, assim a criança ficará com medo só de olhar para um. Explique que tem cachorros bravos e deixe-a passar a mão num bem mansinho. Se os pais todo tempo falam: "cuidado com o cachorro porque ele morde", a criança começa a acreditar que todos cachorros vão mordê-la e nas falas dos pais que o medo vai sendo ensinado e construído nas crianças, os pais têm de tomar cuidado com o que falam, porque a criança leva tudo muito a sério.

4 a 6 anos à Uma das figuras mais temidas é o palhaço, pois seu rosto sempre aparece pintado, as crianças não o enxergam como pessoa, mas como uma figura estranha, ao invés de alegria, ele causa espanto nas crianças, que não consegue traduzir o que o nobre folião tenta transmitir a elas. Aqueles “bichinhos” que estavam nas prateleiras, os de pelúcia, parecem ganhar vida. Outro medo nesta idade é na hora de dormir, pois ao apagar as luzes as suas fantasias e os seres imaginários (bruxas, fantasmas e o bicho-papão integram a lista dos mais temidos) invadem o quarto escuro. Essa é a fase que o medo parece que triplicou é deve ser administrada pelos pais, que devem sempre explicar que os monstros não existem e mostre que não há nada no quarto deles. É importante ressaltar que crianças sentem mais medo porque conhecem menos. Diante de tudo o que é desconhecido e novo, um certo temor aparece.

6 a 9 anos à  A criança começa a ter uma noção diferente da realidade, ela está começando a entender como a vida é, pois está passando por diversas mudanças: em casa, com os amiguinhos, ela começa a sentir medo de ser rejeitada pelos amigos, na escola ela tem medo de seu desempenho. Nessa fase o medo, antes relacionado a situações e objetos concretos, cede espaço aos abstratos. A criança começa a desenvolver o raciocínio e a lógica. Pode acontecer dela começar a ter medo da morte.


CUIDADO: vale sempre lembrar que os medos são ensinados, então cuidado, com o que seu filho está aprendendo.

Hoje os pais acabam ensinando aos seus filhos a sentirem os mesmos medos eles sentem.

A realidade os deixa ansiosos, pois eles têm que conviver com a dura realidade da violência dos seqüestros que os deixam apavorados e eles acabam passando essa insegurança para os seus filhos com isso os filhos também não conseguiram enfrentar os medos que aparecem na sua vida.


Os pais devem ter cuidado, pois tem que ensinar os filhos a lidar com a realidade intranqüila, mas oferecendo meios para as crianças lidarem com os problemas e medos e não somente apavorá-los.

Os pais devem passar muito amor e segurança para que a criança perceba que seus medos são pura fantasia e não fazem parte da realidade e que podem encará-los. 

3º - AGORAFOBIA

Agorafobia vem do grego "agora" e "phobos", significando o medo dos espaços públicos.

No entanto, é mais complexo do que isso Agorafobia é o comportamento de evitação provocados por lugares ou situações onde o escape seria difícil ou embaraçoso caso se tenha uma crise de pânico ou algum mal estar.

Todos que já se sentiram inseguros ou desconfortáveis, mas há casos em que esses sentimentos se transformam em ataques.

As pessoas com este tipo de perturbação temem situações como estar sozinhas fora de casa, estar no meio de uma multidão, viajar de automóvel, comboio, autocarro ou avião, estar numa ponte ou elevador, entre tantas outras. 

A razão é simples: têm medo de ter um ataque de pânico. "Tudo começa após o doente ter tido algumas crises de pânico. O seu medo passa a ser, não o medo de andar de carro, por exemplo, mas o medo de se sentir mal nesse local e não ter ninguém para o socorrer. Por isso passa a evitá-lo.  A agorafobia é este comportamento de evitamento.

Características
A relação entre a agorafobia e o pânico é muito próxima.
Existe transtorno do pânico sem agorafobia, mas a agorafobia sem pânico é rara, havendo até mesmo quem afirme que não existe agorafobia isoladamente.
==  De 1/3 a 1/2 dos que tem pânico apresentam agorafobia.

 
TRATAMENTO

O tratamento combinado com remédios e psicoterapia é o que apresenta os melhores resultados. Este tratamento tem dois objetivos: Remissão completa dos ataques de pânico. Elaboração das vivências em torno do pânico

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Vocês estão de parabéns! Excelentes explicações sobre os diversos transtornos de ansiedade, etc. Muito grato.

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